11/28/2009

A lenda da Onça de Vila Rica





Meia noite,praça escura de Ouro preto,silêncio,prédios antigos e o luar.
Um nobre vagabundo ,viajante do mundo, estava sempre atrás das maravilhas que a humanidade havia a oferecer.Sentou-se no banco e contemplava a riqueza dos detalhes das construções centenárias,as Igrejas deslumbrantes que ficavam ressaltadas com o cair da noite.
Pensava em como fora parar ali. Movido pelo desejo de conhecer e de se aventurar em coisas talvez não sagradas.
Na última parada, em São João del Rey ficou sabendo da lenda de Ouro Preto.Uma mulher, que tomava a forma de onça e atacava homens em pleno centro histórico.Chegara cedo à cidade e já havia visto bastante coisas,mas a lenda não saía de sua cabeça.Tudo poderia ser uma história de matutos, mas no fundo gostaria de ser atacado por aquela fera.
Cai a noite!
A cidade ia assumindo cada vez mais a escuridão imposta pela lua minguante,lampiões sendo acesos,os moradores locais e turistas foram se recolhendo.
A madrugada chegava, sereno e ansiedade. Qualquer barulho lhe atraía a atenção.Deitou-se no banco e passou a contemplar o céu
estrelado e reconfortante.A Lua cativava seus pensamentos. Deixou-se vencer pelo cansaço,cochilou e sonhos desconexos apareceram.
Silêncio.
Passos.
Sobressalto!
Ficou imóvel.
Seria a lenda ou uma realidade?
O coração deu uma leve disparada, o nobre fazia o menor barulho possível, sentia a presença da fera passeando e farejando-o.Sentiu-se observado, mas não abria os olhos para se certificar de sua presença.
Olhos fechados,sentiu um roçar de pele contra seu braço.
Pavor? Não, desejo.
Foi sendo dominado,cheirado,a onça realmente existia e esfregava a sua pele de ouro marrom demarcando território,ela encontrou o que queria,ele impassível apenas se deixou levar.
A onça o lambeu,a sensação daquela língua áspera, molhada sobre seu corpo, o deixava cada vez mais ansioso
Em um movimento certeiro, a onça pulou sobre o seu corpo,lambeu seus olhos e seus ouvidos.A língua pareceu-lhe tornar mais macia,mais delicada.Uma lambida em sua boca e novamente nos olhos.O desejo venceu, abriu os olhos lentamente.
A morena estava ali,cabelos vermelhos delicadamente arrumados por trás das orelhas e peito nu, já encostado no seu.Os pés descalços o entrelaçavam.
O beijo aconteceu em questão de segundos e foi correspondido com paixão.Longo,úmido ,o levou para longe.Esqueceu das belezas naturais da cidade e que estavam em plena praça pública.
A morena tirou a sua roupa e estavam ali, deitados,beijos ritmados, mãos certeiras e o olhar agateado
O momento a seguir se tornou totalmente indescritível, a sensação da penetração era sublime,conforto.
A onça morena soltava grunhidos e cavalgava com intensidade. Sentia aquele ato, como se fosse o último,cada movimento era um êxtase.
Gemidos mais intensos.Vaga-lumes e estrelas,a natureza eram cúmplices daquela misteriosa divindade meio onça, meio mulher.
Grunhidos e prazer!
O nobre Vagabundo, estava a beira da loucura,a morena não parava, era intensa e frenética,aproveitava cada segundo,sentia e dava cada vez mais prazer.Não era possível se distinguir as formas,parecia que estava a beira do desfalecimento.Sentia e ouvia.U
Uma cavalgada mais forte e mais acelerada,a onça urrou e sentiu o leite lhe invadir quente do jeito que ansiava todas as noites
O nobre vagabundo estava ali, parado e incrédulo,o gozo saiu-lhe como se tivesse passado por um portal de outra dimensão.Não sabia como descrever aquela sensação.
Fechou os olhos,sentiu que a morena havia saído de cima dele.Olhou para o lado e a viu.
A onça lambeu-lhe o olho e partiu
Ficou ali, admirando a beleza selvagem e o andar ritmado da fera
Mistério,segredo? Não!Muito mais....

11/27/2009

A Dama e o Nobre Vagabundo


Pensou por alguns minutos. O silêncio da rua a incomodava. Estava ali entre a traição ou a renúncia. Trairia o marido e se entregaria ao estranho que a tanto pertubara? Ou iria para casa e carregaria aquela dúvida pela eternidade?

De impulso, resolveu ir ao endereço dito ao telefone. Chegou. Nervosismo. Titubeou entre tocar o interfone e ir embora. Tocou. Silêncio do outro lado, barulho da abertura do portão automático.
Entrou e subiu as escadas para o segundo andar. Porta aberta. Coração aos pulos. Entrou. A sala vazia, um sofá, uma mesa de centro com duas taças e uma garrafa de vinho. Música suave, instrumental. Clima criado perfeitamente por quem entende. Ficou parada. Olhou e viu o seu objeto de desejo. Parado, na entrada da sala estava ele. Calça de moleton, camiseta básica e descalço. Sorriu para ela. Novamente ela se sentiu despida de seu vestido branco e de barra florida. Sorriu sem jeito e a cabeça baixou. Sentiu o rubror na face.

Ele indicou o sofá e ela sentou. O silêncio tomou conta da sala. Olhares, sorrisos no canto da boca e desejo. Sim, a sala exalava desejo. Pensou em puxar um assunto, pelo menos saber o nome dele. Quando tentou falar, sentiu aquele beijo a derreter por completo. Um beijo ardente e com uma paixão que não estava mais acostumada. Línguas e mãos funcionando em ritmo frenético. O coração parecia que lhe saltaria pela boca.

11/26/2009

Quem é o Marquês de Sórdido?



Um homem romântico?
Um leão feroz?
Fruto de um devaneio?

O nobre ordena que o decifre
Desato as correntes
Encontro um fogo ardente

Cantador de palavras
Explorador de desejos
Um espelho do que é a lascívia


Não quero descobri-lo
Em estado úmido imploro
Devora-me!

11/25/2009

Embriaguez


Bebo sua essência
Embriago-me com seu sabor
Maravilhosa cereja
Lambo sua pele
Derreto sua resistência
Deixo-a de quatro
Chupo seu líquido
Teimosamente ele brota
Paixão e desejo
Penetro seu interior
Descubro seus segredos
Delicio-me com sua malícia
Gozo fundo
Prazer sublime
Êxtase infinito
(Marquês de Sórdido)

11/24/2009

A Dama e o Nobre Vagabundo


O olhar era penetrante. Firme e ao mesmo terno. Desejoso e carinhoso. Dualidade no olhar sempre a atraíra. O rapaz sentado no outro lado do bar, sozinho, não tirava os olhos desde o momento que chegara. Estava ali esperando o marido. Mas se sentia atraída pelo estranho.
Se sentia despida e revelada ali mesmo. A sensação ao invés de incomodar, a deixava excitada. Faltavam uns dez minutos para a chegada do marido. Mexia nos cabelos vermelhos, como se não notasse a presença dele. Mas era impossível não cruzar com seus olhares de vez em quando. Sentia a pele esquentar, assim como todo o corpo.

O garçom veio ao seu encontro e lhe entregou um pedaço de guardanapo. Nele, um telefone e uma interrogação. Leu e imediatamente olhou para o desconhecido. Guardou o papel. Pensou, ficou nervosa com a chegada do marido cada vez mais próxima. O homem sentado do lado oposto sorriu discretamente com o desconforto da mulher.

Toca o telefone na bolsa. A mulher se atrapalha, deixa cair e atende. Era o marido avisando que não poderia ir ao encontro marcado, pois teria assuntos para resolver. Ela desligou o telefone. Pôs-se a pensar. Pediu a conta. Viu aquele homem, caminhar para a direção da rua. Sentiu-se triste. Retornou a pegar o telefone. Discou aqueles números do guardanapo. Desistiu ao ouvir o primeiro toque. Afastou o pensamento de traição da mente.

O telefone tocou. Número desconhecido. Atendeu com um leve tremor nos braços e nas pernas. Ouviu uma voz forte e suave ao mesmo tempo. O desconhecido retornou a ligação perdida, sabendo ser da mulher desejada. Tremeu dos pés a cabeça. Ouviu um endereço. Anotou mentalmente. A ligação caiu. Ficou estarrecida. Iria ou não? Se entregaria a um desconhecido em busca de uma aventura?

11/23/2009

Entregue-se


Conduza-me pelo seu mundo
Deixe que eu faça parte
Do seu presente
Sem se preocupar com o futuro

Arraste-me para o seu lado
Toque e sinta
O desejo percorre
A paixão floresce

Leve-me para a viagem
Que é estar na sua presença
Passeio inigualável
Sensação inebriante

Deite sobre mim
Deixe que os corpos falem
Penetre no infinito
Sinto o fogo ardendo sem queimar

Esqueça o mundo exterior
Nada mais importa
Estamos aqui dentro
a sós e o desejo por testemunha
(Marquês de Sórdido)

11/21/2009

Balada não romântica




Melodia não romântica

Em palavras sou versos livres
Sádicos e doces

A dança intersubjetiva
O tu tenta ler o meu eu

Leia-me por completo
Somente não me interprete


Livre..livre..livre

11/20/2009

Mulheres e palavras


As palavras e as mulheres são exatamente iguais.

Temos de tratá-las com carinho. Sabendo como domá-las, elas te oferecem o mundo.
Não se consegue nada ao forjar palavras de maneira rude. O máximo que se consegue, são textos desconexos e sem charme.
O mesmo se aplica às mulheres. Temos que saber tratar. Carinho, delicadeza e inteligência. De modo contrário, ficaremos com as maçãs podres que se acumulam ao chão (como bem citou minha cara Rouge).

Muitos afirmam que as mulheres são misteriosas e difíceis. Assim como tantos outros têm dificuldade de lidar com as palavras.
A interpretação de ambas deve ser feita de maneira correta, pois se feita de qualquer jeito, o resultado pode ser justamente o contrário.

A observação da natureza feminina deve ser feita do mesmo modo que se aprecia um grande clássico da literatura. Sorvendo cada palavra, como se fosse cada centímetro do seu corpo. A cada capítulo terminado, um prazer dado.
A leitura e a escrita devem fazer parte de nosso cotidiano, assim como o amor.

Leia, escreva e ame!
Interprete, crie e compreenda!
Marquês de Sórdido

11/19/2009

Não decifrem,eu somente devoro





Não desejo que me definam
Sou a manifestação do meu desejo
Vezes em prosa e vezes em versos

Não sou um Nobre Vagabundo
Sou gotas de libido
Espalhadas ao vento

A quem não se apega às regras
O que cola é o velcro
Romantismo não me agrada


A quem quer ser definido
Somente desdenho
Sou insolente

Rouge Cerise

11/18/2009

Decifra-me ou te devoro




Tente me definir
Sou o passado e o futuro
Nunca presente

Sou a tradição e o moderno
Fruto do amor e do proibido
Desejado e odiado

Libertino e divertido
Não me apego a regras
Nada cola em mim

Devasso e romântico
Dualidade?
Não. Consigo mesclar bem

Nunca obediente
Brinco com as palavras e com os sentimentos
Liberto e aprisiono

Tente me definir
Sou quase tudo e ao mesmo tempo nada
Nunca ausente

(Marquês de Sórdido)