11/27/2009

A Dama e o Nobre Vagabundo


Pensou por alguns minutos. O silêncio da rua a incomodava. Estava ali entre a traição ou a renúncia. Trairia o marido e se entregaria ao estranho que a tanto pertubara? Ou iria para casa e carregaria aquela dúvida pela eternidade?

De impulso, resolveu ir ao endereço dito ao telefone. Chegou. Nervosismo. Titubeou entre tocar o interfone e ir embora. Tocou. Silêncio do outro lado, barulho da abertura do portão automático.
Entrou e subiu as escadas para o segundo andar. Porta aberta. Coração aos pulos. Entrou. A sala vazia, um sofá, uma mesa de centro com duas taças e uma garrafa de vinho. Música suave, instrumental. Clima criado perfeitamente por quem entende. Ficou parada. Olhou e viu o seu objeto de desejo. Parado, na entrada da sala estava ele. Calça de moleton, camiseta básica e descalço. Sorriu para ela. Novamente ela se sentiu despida de seu vestido branco e de barra florida. Sorriu sem jeito e a cabeça baixou. Sentiu o rubror na face.

Ele indicou o sofá e ela sentou. O silêncio tomou conta da sala. Olhares, sorrisos no canto da boca e desejo. Sim, a sala exalava desejo. Pensou em puxar um assunto, pelo menos saber o nome dele. Quando tentou falar, sentiu aquele beijo a derreter por completo. Um beijo ardente e com uma paixão que não estava mais acostumada. Línguas e mãos funcionando em ritmo frenético. O coração parecia que lhe saltaria pela boca.

Um comentário:

  1. Marquês,

    Que conto provocante!

    Aguardo próximas cenas calientes.

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